Como não houve perdas com a Argentina e com o Paraguai (não que eu saiba), passemos pra Bolívia.
PS: O Brasil poderia ter anexado o Paraguai após a Guerra do Paraguai, mas preferiu um estado tampão.
O negócio com a Bolívia é complicado.
Nossa perda mais recente não foi oficializada, mas na prática, o seguinte território passou pra Bolívia:
Eu só percebi isso por causa de um olhar clínico.
A melhor informação sobre o caso que encontrei foi essa:
E pra quem não sabe, quando compramos o Acre, também cedemos territórios pra Bolívia.
E reparem nesse último mapa a área da qual falei acima.
Em 1825, província de Chiquitos, contrária à independência boliviana, pede para ser anexada ao Mato Grosso, o que acaba sendo aceito pelo Comandante da Guarnição mato-grossense. O Governo Central, no entanto, imediatamente desautoriza tal anexação.
Província de Chiquitos na época (à esquerda, em bege) e hoje (à direita, em vermelho).
https://guilhermetissot.wordpress.com/tag/imperio/
Porém, um pouco antes disso, o Brasil poderia ter ficado com toda a Bolívia.
Movimentos de independência começaram a surgir em toda a América Espanhola, espalhando a guerra e o caos.
Diante desta sensação de insegurança e temendo o caos, em Junho de 1822, os três governadores dos departamentos espanhóis do Alto Peru (os quais já se viam ameaçados pelas tropas dos generais Antonio José de Sucre e Simón Bolívar), se reuniram em Cuiabá (Capital da Capitania do Mato Grosso / Brasil) e solicitaram ao Governador que o mesmo intercedesse junto ao Príncipe Regente Dom Pedro (que muito em breve se tornaria Dom Pedro I, Imperador do Brasil), para que o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves anexassem estes territórios, visando poupar sua população da carnificina e do caos.
De imediato, o Governador do Mato Grosso enviou tropas que estavam estacionadas em sua capitania para o Alto Peru, bloqueando o avanço de Bolívar e Sucre, e enviou uma carta a Dom Pedro, comunicando ao mesmo sobre o envio das tropas e a solicitação das autoridades do Alto Peru (o qual mais tarde viria a se tornar a Bolívia).
Carta esta a qual só foi recebida por Dom Pedro I em Novembro de 1822, quando o Brasil já era uma Nação Independente.
Além disto, Bolívar e Sucre foram mais rápidos e enviaram representantes ao Rio de Janeiro, os quais chegaram antes da carta do Governador. Desta forma, quando recebeu a mesma, Dom Pedro I já havia se decidido por não anexar o Alto Peru, rejeitando o pedido dos governadores da região e ordenando que as tropas fossem de lá retiradas.
Com isto, Dom Pedro I deixou a região do Alto Peru (atual Bolívia) entregue à própria sorte, o que culminou com a invasão das tropas de Bolívar e Sucre e a independência boliviana da Espanha.
É claro que naquele momento, Dom Pedro I estava mais preocupado em vencer a resistência das tropas portuguesas em solo brasileiro, garantindo a Unidade do Brasil. Contudo, não fosse esta decisão, o território da atual Bolívia faria parte do Brasil, o que seria positivo tanto para brasileiros quanto para bolivianos.
O Brasil ganharia mais de 1.100.000 km² (em grande parte, terras férteis) e aproximadamente 10.500.000 habitantes (os quais falariam português ao invés de espanhol), totalizando um território com quase 10.000.000 de km² e mais de 210.000.000 de habitantes, acrescentando ao Brasil inúmeras riquezas, entre elas, vastas reservas de petróleo e gás natural, a maior reserva de lítio de todo o mundo, ouro, prata, estanho, cobre e enxofre.
Adicionalmente, o Brasil teria acesso direto ao Oceano Pacífico, visto que em 1822, o Alto Peru possuía uma pequena costa banhada pelo Oceano Pacífico, território este o qual a Bolívia perdeu para o Chile, o que nos dias atuais facilitaria o comércio com a China e demais países asiáticos, já que as cargas poderiam ser transportadas por vias terrestres até o Pacífico, e dali, seguirem de navio para a Ásia.
Fazer parte do Brasil, também teria evitado a perda de parte do então território do Alto Peru, o qual veio a posteriormente constituir grande parte do que hoje é o Paraguai.
http://www.qlc.com.br/blog/voce-sabi...rte-do-brasil/
E nós ainda temos disputas territoriais com a Bolívia.
Conhecida na Bolívia como Isla Suárez, é uma ilha localizada no rio Mamoré, na Amazônia. A ilha é parte do departamento boliviano de El Beni, mas segundo o governo brasileiro, ela pertence ao município de Guajará-mirim, no estado de Rondônia. Esse território tem uma área de 2,58 km², com um comprimento de 3,3 km de comprimento por 1,1 km de largura e um perímetro de 7,9 km. Há também duas minúsculas ilhotas situadas na parte oriental, com uma área de 5,3 e 6,4 m² cada uma.
A área foi demarcada pelo Tratado de Ayacucho, a 27 de março de 1867, sendo que a fronteira nesta área foi demarcada em 1877, estabelecendo-se lá a empresa boliviana Irmãos Suarez em 1896. O Tratado de Petrópolis, em 17 de novembro de 1903, confirmou o mesmo limite estabelecido em 1867. Em 1 de abril de 1930, o Brasil reclamou pelo que considerava uma inadequada ocupação da ilha. Em 1937, o governo da Bolívia emitiu um relatório mostrando uma proximidade maior da ilha ao lado boliviano, que foi rejeitado pelo Brasil. Em 1955, o Brasil pensou em estabelecer um posto policial na ilha, mas não levou o projeto adiante.
Em 29 de março de 1958, foi assinado um acordo entre os dois países chamado Acordo de Roboré, no qual, além da resolução de outras questões em litígio, foi acordado, no futuro, resolver a disputa sobre a soberania da ilha Suárez. Esta convenção foi ratificada pelo Congresso Brasileiro em 30 de novembro de 1968.
A ilha continua sem uma solução definitiva acerca de sua posse territorial e permanece de fato sob administração boliviana. Mais de 80 ilhas nos rios Guaporé e Mamoré ainda têm de ser atribuídas a um ou outro país.
Fonte: Férias do Clark: As atuais disputas territoriais brasileiras
http://feriasdoclark.blogspot.com.br...ritoriais.html