DF tem cinco estações de metrô fechadas há mais de uma década
Governo alega falta de demanda para movimentar as estações. Objetivo da Metrô-DF é expandir a linha até a Asa Norte e também aumentar o número de plataformas na Samambaia e na Asa Sul
Divulgação
Cinco estações de metrô no Distrito Federal esperam mais de uma década para entrar em funcionamento. Mesmo estando em áreas populosas, as plataformas da Asa Sul, Taguatinga e Ceilândia não estão à disposição do brasiliense. Embora tenham sido construídas e desenvolvidas com as primeiras estações na capital do país, entre os anos de 1994 a 2006, os terminais foram considerados sem demanda e sequer foram inaugurados.
Atualmente, o Distrito Federal conta com 24 estações em funcionamento. Na Asa Sul, estão fechadas há 19 anos, as estações 104 Sul, 106 Sul e 110 Sul, assim como o terminal da Estrada Parque, em Taguatinga. Já a estação Onoyama, na Ceilândia, foi finalizada em 2006 e até hoje permanece fechada para o público. Cada bilhete do metrô custa R$ 5 e é considerado o mais caro do país.
Segundo o Ministério das Cidades, após a construção das estações, constatou-se que o nível de demanda não justificaria a inauguração. Em 2014, novamente as obras estiveram prestes a inaugurar, mas foram interrompidas porque a operação de crédito junto à Caixa Econômica Federal não foi concretizada. O financiamento seria realizada no âmbito do Programa PAC Pacto de Mobilidade.
Consultada para comentar a situação, a assessoria de comunicação da Caixa Econômica Federal não se pronunciou até a publicação desta reportagem.
O arquiteto e urbanista Frederico Flósculo critica a demora no funcionamento dessas estações. Ele entende que é fundamental a expansão do metrô para a Asa Norte e ainda espera que, com isso, comecem a pensar em linhas entre bairros. “O metrô em superfície pode revolucionar a mobilidade no Distrito Federal. especialmente desde o Gama até Brazlândia e Planaltina”.
Expansão
Segundo o governo local, o prazo para a expansão e modernização do Metrô DF é de três anos. O Metrô explica que as futuras obras de expansão compreendem, inicialmente, 6,6 km de trilho e construção de cinco novas estações – duas em Ceilândia, duas em Samambaia e uma na Asa Norte. O custo seria de R$ 755 milhões.
A construção de novas estações do metrô em Brasília já foi pautada em outras ocasiões no governo federal. Porém, os recursos prometidos pelo Orçamento Geral da União (OGU) não chegaram. “Considerando o atual cenário fiscal e econômico, houve necessidade de priorizar outros empreendimentos também apoiados pelo OGU”, disse o Ministérios da Cidade. O critério utilizado foi a capacidade de conclusão e efetividade dos empreendimentos.
Malha
O Distrito Federal, com aproximadamente três milhões de habitantes, possui 24 estações de metrô em funcionamento e transporta, em média, 170 mil passageiros por dia. Ainda assim, o trem não chega a espaços da cidades, como aeroporto, estádio Mané Garrincha e Asa Norte, região onde conta com a Universidade de Brasília. A capital passou, em 2016, a ser considerada a terceira maior metrópole do Brasil. A última obra realizada pelo Metrô foi da abertura da Estação Guará em 10/05/2010.
O urbanista Frederico Flósculo considera que o transporte ferroviário, principalmente pela superfície, deveria ser o mais importante indutor de transformações e investimentos desde a década de 90. “Planejado adequadamente, o número de carros cairia para níveis da década de 1980. Da forma como está, a frota de veículos continuará a crescer desenfreadamente até 2050”.
Ar-Condicionado
O Metrô DF está na busca por obtenção de financiamento por parte do Governo Federal para a compra de 10 novos trens, com ar condicionado, mas não existe previsão para a liberação desse recurso. “Atualmente, o Metrô-DF possui 12 trens da série 2000 e 20 da Série 1000, nenhum deles com capacidade de receber ar condicionado”.
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