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Anápolis Cresce procura por imóvel de luxo Mercado imobiliário de alto padrão vem se expandindo na cidade
Karina Ribeiro24 de julho de 2013 (quarta-feira)
Vista aérea do condomínio horizontal AnaVille, na BR-060
Depois de atravessar um longo período letárgico, ocasionado por insegurança política, uma demanda reprimida, falta de crédito para a construção civil e estagnação econômica das indústrias, as incorporadoras voltaram a investir em empreendimentos de alto padrão em Anápolis. O setor movimenta cifras milionárias e agrega valor nos complexos residenciais com o intuito de atender, além dos empresários locais, um público cada vez mais presente no município: executivos oriundos de outras capitais, Estados e até estrangeiros atraídos especialmente pelo desenvolvimento das indústrias instaladas no Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA).
Os condomínios horizontais se tornaram os queridinhos do momento no município - reconhecido até pouco tempo pela carência desse estilo habitacional. De olho na perspectiva de abocanhar um pedaço do bolo de um mercado aquecido, estão previstos lançamentos para até 2014 de, pelo menos, mais cinco novos empreendimentos. Destas áreas, quatros estão em processo de análise de consulta, enquanto uma está em um procedimento mais adiantado - em fase de análise de projeto, segundo informações da Diretoria de Habitação e Urbanismo. “
Nenhum desses projetos possuem grandes impasses ao ponto de não permitir que eles sigam em frente”, analisa o diretor da pasta de Habitação e Urbanismo, Daniel Fortes.
Além disso, um empreendimento de 420 mil metros quadrados, da Alphaville, localizado próximo às margens da BR-153, sentido Anápolis-Goiânia, promete ser lançado ainda este ano. O projeto está em fase de execução de obras de infraestrutura. “
A cidade é uma aposta em atração de investimentos. Ela tem característica industrial e é reconhecida pelo poder aquisitivo alto. Esses empreendimentos vêm atender os anapolinos e também os executivos que vêm trabalhar nas indústrias”, afirma o presidente do Sindicato da Habitação de Goiás (SecoviGoiás), Marcelo Baiocchi.
Estima-se que somente os valores brutos das áreas adquiridas para estes empreendimentos, além dos custos em infraestrutura básica, somam em torno de R$ 68 milhões - o cálculo é feito com base no valor de um alqueire no perímetro urbano, que gira em torno de R$ 1 milhão, além do gasto de R$ 10 mil reais em infraestrutura básica para cada lote. Mas, na ponta do lápis, esse valor pode ser considerado tímido, já que, em fase embrionária de planejamento, se desconhece quanto será empregado na criação de quadras, praças e piscinas, por exemplo, em cada um dos condomínios residenciais. Profissionais calculam que o valor médio do metro quadrado dos próximos loteamentos de alto padrão deva girar em torno de R$ 500, podendo atingir até R$ 800. “Esse valor (R$ 800) é o preço médio do metro quadrado de um lote em um condomínio fechado em Goiânia”, atesta Marcelo Baiocchi.
LOCALIZAÇÃO
Dos seis possíveis novos empreendimentos, três serão localizados próximos ao AnaVille - segundo condomínio residencial horizontal de alto padrão lançado no município - na BR-060, sentido Brasília, após o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O motivo para a aglomeração de condomínios horizontais na área está relacionado ao maior desenvolvimento da região Leste e também pela limitação do crescimento horizontal a Oeste, pela Região da Bacia João Leite, para onde não é permitida expansão.
“A tendência é de que a cidade se desenvolva para o lado de Brasília. A cidade é mais valorizada em um raio de 180 graus”, informa o presidente da Associação das Imobiliárias de Anápolis (AIA), Ederval Araújo, ressaltando que o Bairro Jundiaí, o mais valorizado da cidade, atrai a proximidade de outros empreendimentos.
Entretanto, outros dois grupos de investidores apostam em uma região mais central, próximo a Faculdade Unievangélica, localizada na Avenida Brasil Norte, e que são consideradas remanescentes na região. O sexto, ocupa o espaço do último vazio urbano da Região Oeste. Ao contrário dos demais, a área prevista para um condomínio de 400 mil metros quadrados, promete estrear a região próximo ao Residencial Itatiaia, nesse tipo de nicho de mercado. As áreas totais dos condomínios horizontais variam de 350 mil metros quadrado a 500 mil metros quadrados - limite máximo desse tipo de empreendimento, segundo o Plano Diretor de Anápolis.
“Evita o fechamento de perímetros muito longos, evita amputar vias e a dar grandes voltas”, explica Daniel Fortes. BOOM Há um consenso entre os empresários do setor de que há uma carência na cidade de empreendimentos de alto padrão.
Depois de reinar sozinho nesse setor por quase oito anos, o condomínio horizontal Sun Flowers, localizado na Avenida Brasil Sul, teve seu primeiro
"concorrente" apenas em 2007, com o lançamento do AnaVille - este com características mais comuns aos condomínios horizontais das grandes cidades em função de uma localização mais afastada - na BR-060 - sentido Anápolis-Brasília. O boom nesse nicho de negócio ganhou mais força nos últimos anos, com a consolidação do DAIA como o principal polo da indústria goiana, a melhoria de infraestrutura do município, o aumento da renda e, consequentemente, a busca por uma melhor qualidade de vida.
“Muitos executivos chegavam aqui e se estabeleciam em Goiânia. Hoje, eles permanecem aqui e alguns estão fazendo o caminho inverso”, afirma o secretário municipal de governo, Mozart Soares Filho.
Atualmente, são mais de 140 indústrias instaladas na região. O Produto Interno Bruto (PIB) do município é de R$ 13 bilhões, segundo dados da secretaria de governo. Mais qualidade de vida e segurança (KR)24 de julho de 2013 (quarta-feira) Zuhair Mohamad
Flávia Borges comprou terreno em um condomínio fechado: um bom negócio
A goianiense e nutricionista, Flávia Borges, começou a trabalhar no DAIA em 2001 e por dois anos se deslocava diariamente pela BR-153 para ir trabalhar em Anápolis. Os planos mudaram em 2003, quando se casou e foi obrigada a se estabelecer na cidade.
Fonte: O Popular (sem link)