Índece de desemprego no DF cai em agosto
O índice de desemprego no Distrito Federal apresentou nova queda, registrando novamente recorde histórico de baixa. Em 12,3%, a taxa é a menor para o mês de agosto desde o começo da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), há 19 anos. A indústria lidera a criação de postos de trabalho, gerando 4 mil novas vagas no período. O levantamento, realizado no Distrito Federal e mais seis regiões metropolitanas, foi divulgado nesta quarta-feira (28/9) pela Secretaria de Trabalho do DF (Setrab), pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
“A gente vem recuperando, desde março, os postos de trabalho perdidos entre o fim do ano passado e este ano”, avaliou o diretor de Gestão de Informações da Codeplan, Júlio Miragaya. “É este o motivo do aumento do setor industrial”, acrescentou.
Outro destaque da PED é o aumento da renda dos trabalhadores assalariados que, pela primeira vez desde 1992, está maior do que a renda daqueles que possuem carteira assinada. Já a desigualdade segue a tendência de redução, com os mais ricos ganhando menos e os mais pobres recebendo mais. Também mantém a tendência de queda o tempo á procura de um novo emprego: passou de 47 semanas em julho para 44 semanas em agosto.
Mas um dado preocupa os pesquisadores: a população economicamente ativa (PEA) ficou estável na comparação entre agosto deste ano com o mesmo mês em 2010 e cresceu apenas 0,3% entre julho e agosto de 2011. “Isso significa que as pessoas não estão procurando o mercado de trabalho”, analisou Miragaya.
A população desempregada no Distrito Federal no mês de agosto permaneceu estável em 173 mil pessoas. Entre os principais setores de atividade analisados pela PED, destaque para o desempenho positivo na Indústria (9,1%, ou 4 mil postos de trabalho criados), Construção Civil (2 mil postos de trabalho) e Administração Pública (2 mil postos de trabalho).
Já no comércio e no agregado outros setores, houve retração de 4 mil postos de trabalho – 2 mil em cada.
Informalidade – Segundo a PED mesmo com os programas de microcrédito e de empreendedores individuais, pela primeira vez desde 1992, o número de trabalhadores sem carteira assinada ultrapassou o de trabalhadores formais. “É um dado completamente inusitado, consequência das ações dos segmentos que estão mais resistentes em formalizar os trabalhadores”, apontou Miragaya.
Os especialistas explicam que, como os encargos trabalhistas são altos, muitas empresas entram em acordo com seus funcionários para mantê-los sem carteira assinada em troca de salários um pouco maiores. “Na construção civil, que tem grande demanda de mão de obra, um pedreiro autônomo terá rendimento superior a um formal”, exemplificou a coordenadora do Dieese, Adalgiza Lara Amaral. Ela acrescenta ainda que, mesmo sem carteira assinada, boa parte desses autônomos contribui para a Previdência Social.
“Não nos conformamos com essa situação. Precisamos encontrar um equilíbrio, para que o trabalhador seja formalizado e com bom salário”, enfatizou o secretário de Trabalho do DF, Glauco Rojas.
Mercado para jovens – A pesquisa mostra que é mais difícil empregar a mão de obra das faixas etárias mais jovens. No grupo de 16 a 24 anos, o desemprego ficou em 27,6% no mês passado. No grupo de 25 a 39 anos, a taxa ficou em 9,5%. De 40 a 49 anos cai para 5,9% e de 50 a 59 anos o desemprego atinge 5,7%.
De acordo com Glauco Rojas, o governo está atento a essa dinâmica e à necessidade de inserir os mais jovens no mercado de trabalho. “Vamos abrir no ano que vem 5 mil vagas para o curso de qualificação no Pró-Jovem Trabalhador, que nunca foi feito no Distrito Federal. Vamos realizar também o Projeto Contraturno, de educação integral, no qual o estudante cumpre o currículo escolar em um turno e faz curso profissionalizante no outro, mas na mesma escola”, explicou o secretário.
Redução da desigualdade – O abismo salarial diminuiu, tanto no grupo de trabalhadores ocupados quanto no dos assalariados. Dos que estão ocupados, os 25% mais pobres apresentaram aumento de 7,6% em seus rendimentos durante os últimos 12 meses, enquanto o rendimento médio dos 25% mais ricos caiu 3,2% no mesmo período.
Já entre os trabalhadores assalariados, os 25% mais pobres apresentaram aumento no rendimento médio real correspondente a 4,6%. No mesmo grupo, os 25% mais ricos tiveram redução de 3,7% nos seus rendimentos, ao longo dos últimos 12 meses.
A PED revelou ainda que o índice de desemprego nas áreas periféricas é muito maior que na região central. No detalhamento das regiões administrativas separadas por níveis de renda, o grupo 1, de renda mais alta, registrou em agosto a taxa de 6,6% da PEA desempregada. Essa área inclui Brasília, Lago Norte e Lago Sul.
O grupo 2, de renda intermediária, inclui Candangolândia, Cruzeiro, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Planaltina, Riacho Fundo, Sobradinho e Taguatinga. Nessa região, o desemprego fechou o mês passado em 9,9%. No grupo 3, de renda mais baixa e que inclui Brazlândia, Ceilândia, Paranoá, Recanto das Emas, Samambaia, Santa Maria e São Sebastião, o desemprego em agosto chegou a 15,4%.
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