Turistas estrangeiros devem gastar cerca de R$ 2,3 bilhões em Brasília durante a Copa
Com expectativa de receber 207 mil visitantes de fora do país, o evento empolga o setor varejista
O turismo estrangeiro deve injetar cerca de R$ 2,3 bilhões na economia de Brasília durante a Copa do Mundo de 2014. De acordo com o Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo,a cidade será o terceiro destino mais procurado durante o evento e deve receber aproximadamente 207 mil visitantes de fora do país. Ao todo, são esperados mais de 600 mil turistas na capital federal.
De acordo com o GDF (Governo do Distrito Federal) o turista estrangeiro deve gastar em média R$ 11 mil na cidade, durante todo o período de realização do evento. O montante total equivale a 1,7% do PIB (Produto Interno Bruto) de Brasília, que é de R$ 131, 5 bilhões, de acordo com o último levantamento, realizado em 2009.
Segundo o presidente da Fecomércio-DF (Federação do Comércio), Adelmir Santana, a previsão do gasto do turista estrangeiro é comemorada pelo setor varejista do Distrito Federal.
— Nós temos uma expectativa muito boa, não apenas em relação os resultados imediatos, mas os futuros também, no sentido de melhoria do atendimento, instalações.
Durante a Copa do Mundo, turistas devem injetar R$ 2,3 bilhões enquanto estiverem na cidade para ver os jogos no Estádio Nacional de Brasília
Santana afirmou ainda que o setor espera contratar de oito a dez mil pessoas temporariamente para atender o aumento da demanda que o evento vai causar. O número é semelhante à quantidade de trabalhadores contratatos no final do ano, quando há superaquecimento no comércio, causado pelas compras de Natal e Ano Novo.
Quem também deve lucrar com a Copa do Mundo é o setor de bares e restaurantes. Durante o evento em Brasília, a Abrasel-DF (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) estima que os restaurantes tenham incremento de 50% nas vendas, enquanto o crescimento no movimento dos bares deve chegar a 100%.
O diretor de relações institucionais da Abrasel, Fernando Cabral, aponta que para aumentar o lucro, os empresários do ramo devem investir uma média de R$ 3 mil a R$ 25 mil.
— Os bares devem investir mais que os restaurantes, principalmente em equipamentos como telões, televisões e mesas adicionais.
No entanto, segundo Cabral, a qualificação profissional é o aspecto mais importante dos investimentos que visam a Copa, já que possibilita que o empresário tenha mais rentabilidade com a estrutura que o negócio já possui.
— O empresário que tem um estabelecimento de cem lugares, não pode crescer para 300 por causa da limitação física. Porém, ele pode buscar lucrar mais com a estrutura que já tem, melhorando a qualidade do atendimento.
Em nota, o GDF (Governo do Distrito Federal) informou que, por meio da Secretaria de Trabalho, já capacitou, desde 2011, mais de 3,4 mil pessoas com o programa Qualificopa. O programa oferece 12 cursos como aula básica de inglês, web designer, informática, organização de eventos, supervisor de hospedagem, camareira, garçons, entre outros.
Ao contrário do setor varejista, a Copa não animou o setor hoteleiro, mesmo com o aumento de ofertas de apartamentos para hospedagem no DF previstos até 2014. Isso porque o crescimento, segundo a ABIH-DF (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal), tem seguido um fluxo natural que não está ligado ao evento.
Outro fator é que os jogos sediados em Brasília para a primeira fase não incluem nenhum da seleção brasileira. A cidade deve receber um total de sete jogos, incluindo os da segunda fase.
Por ser uma das cidades-sede, Brasília receberá do governo federal cerca de R$ 3 bilhões em obras de mobilidade urbana, aeroporto, infraestrutura e segurança. Recentemente, o governo federal tirou da matriz de responsabilidades da Copa a obra do VLT de Brasília, uma vez que a obra não deve ficar pronta a tempo.
http://noticias.r7.com/distrito-fede...-20121021.html