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Formosa em ritmo asiático

Distante 75km de Brasília, cidade vê a economia crescer em média 6% ao ano, com investimentos no setor imobiliário e principalmente na indústria. Em breve, o município ganhará o primeiro shopping e edifícios com apartamentos de até R$ 1,7 milhão
Renato Alves


Distante 75km de Brasília, Formosa (GO) começou a ser ocupada por não-índios fugindo da malária, no século 18. Eles montaram as primeiras barracas nas terras do município e se tornaram pequenos comerciantes, vendendo todo tipo de produtos a tropeiros a caminho dos nordeste goiano e brasileiro. Logo, alguns tomaram posses de terrenos maiores e começaram a criar gado. Quase 300 anos depois, com 102 mil habitantes, a cidade recebe novos investidores. Somente em 2012, foram criados 3 mil postos de trabalho em Formosa, que tem o melhor índice de empregabilidade do Entorno do Distrito Federal.

O gado deu lugar aos grãos como carro-chefe em Formosa. Indústrias pesadas de toda parte do país e do planeta estão instalando unidades no município. Com tanto dinheiro, empresários do DF constroem prédios residenciais e comerciais de alto padrão em bairros antes ocupados apenas por casas. Mercadinhos e outros estabelecimentos de antigos comerciantes agora convivem com a concorrência de grandes redes de supermercados e de eletrodomésticos.

Criado em 1995, o Distrito Agroindustrial de Formosa, com 100 mil m², começou a receber empresas e trabalhadores para valer somente há quatro anos. Hoje, são 35 indústrias, sendo 18 em funcionamento. Destas, algumas na fase final de construção, prestes a abrir as portas. Das 17 ainda em instalação, a maior delas é a CPX Goiana Mineração. Com investimentos de R$ 450 milhões até 2015, a fábrica de cimento vai aumentar a arrecadação do município em 30%. A expectativa é que a empresa crie 2,9 mil empregos diretos e indiretos nas fases de implantação e operação.

A companhia suíça de agroquímicos Syngenta anunciou, há duas semanas, a intenção de investir US$ 77 milhões na expansão de sua unidade de beneficiamento de sementes de milho em Formosa. Ela quer quadruplicar a atual produção para 1,6 milhão de sacas até 2015. Nesse cenário, desde 2006 o município goiano vem crescendo 6% ao ano. “A prefeitura arrecada R$ 11 milhões mensais. Até cinco anos, eram R$ 8,5 milhões”, diz o secretário municipal de Economia e Finanças, Vertinho Oliveira.

Classes A e B

Os investimentos na indústria e no agronegócio refletem diretamente no comércio de Formosa. Um dos indicadores de crescimento nesse segmento é a instalação de duas grandes redes varejistas: Mais Atacado e Bretas, sétima maior rede de supermercados do país. Outro indicador é o lançamento do primeiro shopping da cidade, que começa a vender as lojas em 10 de abril, e a construção do maior condomínio vertical do município. Com 14 andares, o residencial terá 136 apartamentos de três e quatro quartos, com 139m² a 350m². Os preços vão de R$ 560 mil a R$ 1,7 milhão.

Para se ter uma ideia do sucesso do empreendimento, que deve ser concluído apenas no fim de 2014, das 12 unidades de cobertura, oito estão vendidas. Além do acabamento de luxo, ele terá espaço gourmet, academia de ginástica, salão de jogos, duas quadras de esporte, duas piscinas e um heliponto. À frente do investimento está o empresário brasiliense Marcos Garzon, 67 anos, que decidiu ser o primeiro a apostar pesado no Entorno Norte. “Gosto de empreender onde ninguém vai, ser o primeiro. Formosa é a entrada do Nordeste goiano, polo em uma região de 37 cidades”, ressalta.

Enquanto os colegas do ramo constroem prédios em cidades do Entorno Sul, como Valparaíso e Luziânia, Garzon anuncia investimentos apenas em Formosa. “O Entorno Sul já está super-aquecido. E, lá, o público é outro. Os prédios são voltados para as classes C e D, beneficiárias de financiamentos da Caixa e de programas do governo federal. Aqui em Formosa, faltam imóveis para as classes A e B”, compara. Ele diz ter passado dois anos estudando o cenário até começar a erguer edifícios no município. “Entre outras coisas, me reuni com os fazendeiros e perguntei o que queriam”, conta.

Dessas conversas, surgiu o projeto do residencial. Com o sucesso das vendas, Garzon anuncia o lançamento de dois prédios residenciais parecidos, inclusive nos valores, em terrenos próximos. Pioneiro na região, o shopping que será erguido ao lado do condomínio terá espaço para 130 lojas e quatro cinemas, em uma cidade que hoje tem apenas uma sala de exibição de filmes. O complexo contará ainda com duas torres, sendo uma para 284 flats e outra para 167 salas comerciais. Lançado a partir de abril, tudo deverá ser entregue em três anos.

Os novos empreendimentos trazem esperança aos estudantes da cidade e mudam hábitos de antigos moradores. “Antes, eu estudava pensado em me mudar para Brasília, como ocorre com todos os universitários daqui. Agora, vejo chances de ficar”, diz Miquelly Laís Leite, 19 anos, estudante de administração de uma das três faculdades do município. Já Giselle Cordeiro trabalha em uma das duas cafeterias locais. “Até um ano e meio, não havia nenhuma. Creio que as pessoas estão ficando com gostos mais refinados”, observa a atendente.

Herdeiro do maior empresário de Formosa, Marco Colpo, 29 anos, também vê um futuro promissor para a terra natal. “A economia da cidade está se diversificando. As novas empresas exigem mão de obra qualificada. Por isso, o Sebrae abriu uma agência em 2009 e, no ano seguinte, o Senai inaugurou a unidade”, enfatiza o jovem. Ele ajuda a comandar um grupo empresarial com quatro subsidiárias, quatro fazendas e 220 empregados com carteira assinada. Império fundado pelo pai dele, Nery Colpo, 61 anos, gaúcho que começou a desbravar as terras de Formosa há 31 anos e hoje planta, armazena, beneficia e distribui seus grão e de outros fazendeiros da região.

Fonte: http://www.interjornal.com.br/notici...7&cod=19848382
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