View Single Post
  #23  
Old Posted Nov 23, 2011, 12:43 PM
ccv ccv is offline
Registered User
 
Join Date: Oct 2011
Posts: 251
VLT
Prejuízo com obra parada

FOTOS: GEYZON LENIN

Paralisada há mais de um ano e sem proteção, estrutura está sendo danificada
_ Kamila Farias
kamila.farias @jornaldebrasilia.com.br

Aobra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) tem causado incômodo, há mais de um ano, aos motoristas e pedestres que passam pelo final da W3 Sul, em frente ao Setor Policial. Isso porque a obra orçada em R$ 1,5 bilhão praticamente nem saiu do papel. A escavação no local provocou desvios de caminhos e no local há pouca sinalização e má iluminação. “No início da construção, existiam uns cones de iluminação que identificavam bem o caminho para os motoristas. Agora, não tem sinalização correta e quem não conhece pode sofrer algum acidente”, reclama o estudante Diogo Heleno, 21 anos. De acordo com o estudante, o mesmo descaso acontece com a garagem do VLT, no Setor Policial. “Lá tem uma estrutura que está estragando, uma grande quantidade de aço e de madeira. Está gastando o meu dinheiro e o de todo mundo e não estão fazendo nada”, reclama.

LICITAÇÃO
Ele diz que ao ligar para o número 156, do Governo do Distrito Federal, foi informado que a obra está parada por questão de licitação. “Entendo que a licitação estava com problemas, mas devido a isso eles vão deixar tudo largado? Lá tem material estragando e focos de mosquitos da dengue. O mínimo que eles poderiam fazer é limpar o local e identificar direito, pois assim diminui o risco de acidentes”, opina o estudante. A obra do VLT está sob responsabilidade do Metrô, que afirma que uma nova licitação está sendo preparada. “As obras foram paradas pela Justiça, que encontrou irregularidades nos contratos e anulou as licitações. O Metrô já está trabalhando em uma nova”, explica, por meio da Assessoria de Comunicação. “A obra da W3 Sul não é do Metrô. Não sabemos se as obras recomeçarão do mesmo ponto, vai depender da determinação da Justiça”, esclarece a assessoria do Metrô.

SEM DATA
Ainda sem data para início da nova licitação, o principal projeto para melhorar a mobilidade urbana em Brasília para a Copa de 2014 segue indefinido. O VLT fará a ligação do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek ao final da Asa Norte. O percurso terá 22,6 quilômetros e 25 estações. Nos trechos de ligarão o Terminal Asa Sul e o Terminal Asa Norte, pela W3 (trechos 2 e 3), o Metrô Leve de Brasília trafegará pelo canteiro central e as três faixas de rolamento existentes nos dois sentidos da via serão mantidas. No trecho em que a linha cruzará o Eixo Monumental, o fornecimento de energia será pelo solo. A estimativa é que, em operação, o VLT atenda 12 mil pessoas por dia. O veículo será silencioso, terá amplas janelas, climatização, comunicação com o piloto, piso no mesmo nível da plataforma, capacidade de tráfego sob superfície gramada, convívio trem-automóvel-pedestre com segurança, controle operacional e adequação ao trânsito. Atualmente, circulam quase oito ônibus por minuto pela W3, num total de 453 por hora, transportando cerca de 110 mil passageiros por dia. A pretensão é fazer com que o VLT promova uma redução no número de carros na W3, estimada em 30%. A redução dos ônibus na região beneficiará o meio ambiente, pois o VLT usa é movido a energia elétrica.

Já consumiu R$ 20 milhões
A primeira etapa da obra do VLT, entre o terminal Asa Sul e a 502 Norte, estava orçada em R$ 780 milhões e teria metade do custo financiado pela Agência Francesa de Desenvolvimento. Para os outros 50%, o GDF investiria R$ 25 milhões e receberia R$ 27 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os R$ 338 milhões restantes seriam negociados com o Banco Interamericano de Desenvolvimento e com bancos nacionais e estrangeiros. A obra já custou R$ 20 milhões aos cofres públicos e começou em dezembro de 2009, mas relatório feito pelo Tribunal de Contas da União mostrou que, até novembro de 2010, apenas 2% foi realizado. No entanto, o valor pode ser ainda maior. De acordo com Dickran Berberian, professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Brasília (UnB), o valor deve aumentar com pagamento de trabalho em feriados e finais de semana para compensar a paralisação.

CORROSÃO
“A correria para entregar encarece. Além disso, deve-se ter cuidado com os materiais. Se não forem protegidos, podem danificar e, consequentemente, terem de ser substituídos”. O professor explica que o aço sofre corrosão e, se for usado, pode rachar o concreto, gerando assim, mais problemas e gastos no futuro. “As madeiras também incham e pegam fogo. Se danificadas, gera problema no escoramento que, se enfraquecido, pode desabar”, alerta. Berberian alerta também para cuidados com o material hidráulico. “Não pode cair sujeira para não entupir a rede de esgoto. Se o PVC ficar no sol, com o tempo, entrará em decomposição”, informa. Outras questões apontadas são a iluminação e questão trabalhista. “Fios expostos ao sol ressecam e dão curto-circuito. Quanto aos trabalhadores, se paralisar a obra, têm de ser pagos os direitos. Em todo o processo gasta-se mais. Se começar tem de terminar para não gerar mais prejuízo.”

Fonte:http://www.jornaldebrasilia.com.br/e...nal/pdf/09.pdf
Reply With Quote