Finalmente um gigantesco empreendimento sairá do papel em 2020.....
Lançamentos do Reserva Raposo serão retomados
Valor Econômico, Chiara Quintão, 08/out
Depois de dois anos do lançamento da primeira fase do Reserva Raposo - bairro planejado desenvolvido na rodovia Raposo Tavares, em São Paulo, com foco na baixa renda -, o grupo Rezek pretende apresentar a segunda etapa do projeto em dezembro. Com o total de 17.960 unidades, o empreendimento terá Valor Geral de Vendas (VGV) de pelo menos R$ 4 bilhões. Na segunda fase, serão lançados três condomínios enquadrados na faixa 2 do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, com VGV que soma R$ 180 milhões.
"O Reserva Raposo é o projeto mais completo na história da construção popular no Brasil", afirma o empresário José Ricardo Rezek, de 67 anos, fundador do grupo que leva seu sobrenome. Construído pela ConstruCompany, o empreendimento é desenvolvido em terreno de 450 mil metros quadrados conhecido como Raposão e terá população de 60 mil habitantes depois de concluído.
Segundo a diretora de incorporação do grupo Rezek e responsável pelo Reserva Raposo, Verena Balas, as licenças para as quase 18 mil unidades da totalidade do projeto já foram obtidas. Os lançamentos das próximas fases serão feitos ao longo de dez anos, e a última entrega deve ocorrer em 2032. As unidades da nova etapa terão valor de R$ 200 mil a R$ 240 mil, e preço médio por metro quadrado de R$ 5 mil. Há intenção que, a cada três meses, seja lançado um condomínio do bairro a partir do próximo ano.
No fim de 2017, o grupo Rezek apresentou quatro condomínios ao mercado, com VGV que somava R$ 300 milhões, mas as vendas das unidades e as obras foram interrompidas em fevereiro do ano passado devido à suspensão da validade da licença prévia ambiental. O embargo resultou de ação movida pelo vereador paulistano Gilberto Natalini (PV), com o argumento de que, como a área do empreendimento extrapola os limites de São Paulo e Osasco, o licenciamento não poderia ser concedido no âmbito municipal.
Na sequência, o Ministério Público também fez questionamentos, entre eles, o da quantidade de contrapartidas oferecidas pelo grupo.
Em outubro de 2018, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo permitiu que as obras fossem reiniciadas e as vendas retomadas. O julgamento dos agravos do processo ocorreu em meados de agosto deste ano. "Ganhamos por unanimidade", diz Verena. "Foram exauridos todos os temas possíveis de um empreendimento imobiliário", acrescenta Rezek.
No momento em que as obras foram suspensas, 85% das unidades lançadas tinham sido vendidas. Em decorrência do embargo, porém, houve distrato de boa parte dos imóveis comercializados. Nesse período, os repasses dos recebíveis dos clientes do empreendimento para a Caixa Econômica Federal também foram suspensos. O banco público já sinalizou que irá retomar os repasses, mas a Rezek aguarda a formalização desse processo para a continuidade dos lançamentos.
Na primeira fase do bairro planejado, não houve financiamento à produção pela Caixa, mas o crédito para a segunda etapa com a instituição pode incluir recursos para as obras. Há, em curso, negociações de financiamento também com Banco do Brasil e Itaú Unibanco, conforme Rezek.
Segundo o empresário, os distratos e o aumento dos custos para que seja possível entregar os edifícios da primeira fase no fim de 2020, como previsto, apesar dos meses em que as obras ficaram paralisadas, resultaram em queda de seis pontos percentuais na margem bruta inicialmente projetada, de 38%. A maior parte das unidades distratadas foi revendida nos últimos 12 meses, e a margem tende a melhorar.
Os investimentos já desembolsados pela Rezek no bairro planejado somam R$ 520 milhões, incluindo a aquisição do terreno que pertenceu à Viver Incorporadora, as obras de infraestrutura, as contrapartidas já realizadas e a obtenção de licenças. Recursos próprios do grupo financiaram a maioria dos desembolsos, enquanto outra parcela foi originada de fatia do Fundo de Investimento em Participações Nova Raposo, cujo valor total é de R$ 300 milhões. O grupo avalia se fará nova captação por meio de fundo.
Rezek ressalta que o Reserva Raposo terá uma vaga de garagem para cada unidade e uso de materiais de construção de qualidade, como os das marcas Deca e Pado. "Estamos às margens da rodovia [Raposo Tavares], a 1,8 quilômetro do Rodoanel, a seis quilômetros da USP [Universidade de São Paulo], a dois quilômetros de um shopping e a quatro quilômetros de outro", diz o empresário, acrescentando que parte da obras do complexo viário da Raposo Tavares serão custeadas pelo empreendimento.
O negócio imobiliário é o segundo maior do grupo Rezek, que tem no agronegócio sua principal fonte de receita e atua também em concessionárias da John Deere e no setor de energia. O faturamento do grupo não é divulgado.
Há intenção de replicar o modelo do Reserva Raposo em projeto a ser desenvolvido em Santa Maria, no Distrito Federal, em área de 7 milhões de metros quadrados, da qual a Rezek tem 55% de participação. O grupo tem empreendimentos imobiliários na Grande São Paulo e no interior do Estado.
Fonte:
http://www.ademi.org.br/article.php3...echerche=rezek